Dois graus Celsius acima dos tempos pré-industriais é a temperatura global que tem ser atingida, de acordo com o Acordo Climático de Paris. No entanto, um recente relatório especial do IPCC mostra que a temperatura global já aumentou um grau Celsius. Um estudo de uma equipe de pesquisa do Instituto de Tecnologia de Karlsruhe (KIT) e da Universidade de Edimburgo mostrou que os esforços anteriores para reduzir os gases de efeito estufa têm sido insuficientes. Suas descobertas são apresentadas na revista Nature Climate Change.
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"Um quarto dos gases de efeito estufa antropogénicos vem do uso excessivo dos recursos naturais da terra e do esgotamento maciço dos absorvedores naturais do carbono", diz o Dr. Calum Brown do Instituto de Pesquisa Ambiental Atmosférica (IMK-IFU), Campus Alpine do KIT. Menos florestas devido á desflorestação, bem como agricultura intensiva e pastorícia estão contribuindo igualmente para as mudanças climáticas, tal como industria usado combustíveis de origem fóssil e motores de combustão interna. "Atingirmos as metas climáticas do Acordo de Paris dependerá fortemente de nossa capacidade de estabelecer mudanças fundamentais e sustentáveis no sistema de uso dos recursos naturais."
O estudo mostra que, se queremos atingir as metas climáticas, precisamos encontrar soluções rápidas, mas realistas, para mudar de forma sustentável o uso dos recursos. Até agora, cerca de 197 países prepararam Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs). As ações mais comuns visam reduzir significativamente a desflorestação, reflorestar grandes áreas e reduzir os gases de efeito estufa na agricultura. Por exemplo, a Índia e a China querem reflorestar uma área de até 40 milhões de hectares nos próximos anos.
Esses planos podem reduzir até 25% dos gases causadores do efeito estufa causados por ações humanas a cada ano. No entanto, muitas vezes são necessárias décadas para que as mudanças sejam visíveis, tempo demais para desacelerar a mudança climática conforme é necessário. Além disso, não existe um quadro vinculativo para NDCs. Eles não precisam ser comprovadamente realizáveis e, na maioria dos casos, não possuem um plano de implementação definido. Esta será talvez a maior dificuldade para atingir a meta de 1,5 graus. Muitas vezes, os PADs não podem entrar em vigor porque, porque as políticas mudam, frequentemente abandonam ou retiram medidas concretas contra o aquecimento global. Um exemplo recente disso é a retirada dos EUA do Acordo de Paris.
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Os interesses econômicos também podem mudar as metas políticas nacionais. A desflorestação aumentou 29% no Brasil e 44% na Colômbia. Os números contrastam com o fato de que muitos países queriam reduzir a desflorestação devido ao Acordo Climático. As emissões globais de dióxido de carbono aumentaram novamente em 2017 e 2018.
Metas irrealistas, desenvolvimentos políticos e erros na implementação influenciam o sucesso dos NDCs anteriores. Um ponto importante aqui é a disposição para introduzir inovação em tecnologias, agricultura ou política. Os planos para reduzir o impacto do uso dos recursos naturais devem sempre ter benefícios claros, óbvios e imediatos para os agricultores, pequenos proprietários e silvicultores, já que são eles podem mudar ativamente o uso da terra de maneira sustentável.
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