Uma equipa de cientistas que tem vasculhado as águas escuras e profundas da Costa Rica descobriu um tesouro de novas espécies estranhas de todas as formas e tamanhos. A expedição encontrou também muito lixo nas profundezas proveniente da atividade humana.
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A bordo do navio de investigação Falkor, a equipa do Instituto Oceânico Schmidt, organização privada sem fins lucrativos sediada nos Estados Unidos, investigou vários montes e pequenas montanhas submarinas criadas pela atividade vulcânica perto do Parque Nacional Isla del Coco, na costa da Costa Rica.
Depois de 19 mergulhos submarinos operados remotamente, alguns dos quais os milhares de metros de profundidade, os cientistas traçaram uma ideia sem precedentes sobre este ecossistema muito pouco explorado.
A Chimaera, também conhecido como um tubarão-fantasma. Instituto do Oceano Schmidt / Temple University
A equipa conseguiu documentar uma série de micróbios, ostras, estrelas-do-mar “quebradiças”, corais, peixes, polvos, tubarões, raias. Destes, foi possível identificar quatro novas espécies de corais e seis outras espécies de animais até então desconhecidos, todo um mundo novo submarino.
“Cada mergulho continua a surpreender-nos”, confessou Erik Cordes, ecologista de águas profundas da Temple University, na cidade norte-americana da Filadélfia, em comunicado enviado ao portal IFLScience.
“Descobrimos espécies de corais duros que constroem recifes a uma profundidade de mais de 800 metros em dois montes submarinos diferentes. Os registos mais próximos desta espécie são das águas profundas ao redor das Ilhas Galápagos”.
O camarão Glyphocrangon, descoberto em 2010. Schmidt Ocean Institute / Temple University |
“O mar profundo é o maior habitat da Terra”, frisou. “Perceber como é que este habitat funciona vai ajudar-nos a entender como é que o planeta como um todo funciona ”.
Contudo, nem tudo foi incrível nas águas profundas. Num dos mergulhos a maior profundidade, cerca de 3600 metros, encontrou muito lixo oriundo da atividade humana. Tendo em conta a crescente atividade pesqueira e energética nos oceanos profundos, os cientistas alerta que a pegada do homem tenderá a ficar maior e mais ousada neste lugar único e quase alienígena.
Um tamboril. Instituto do Oceano Schmidt / Temple University |
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“Para já, uma das coisas mais importantes que podemos fazer é entender como é que estas comunidades funcionam. Depois, e se houver mudanças no futuro, poderemos medir o impacto humano”, concluiu.
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