Um estudo publicado na segunda-feira (10 de dezembro de 2018) no Proceedings of National Academy of Sciences, mostra que os seres humanos estão revertendo uma tendência de arrefecimento do planeta a longo. Falamos de pelo menos 50 milhões de anos revertidos em apenas dois séculos.
Até 2030, o clima da Terra deve assemelhar-se ao do Plioceno médio, que remonta a mais de 3 milhões de anos no tempo geológico. Sem haver reduções nas emissões de gases de efeito estufa, o clima em 2150 pode compara-se ao Eoceno quente e quase sem gelo, uma época que caracterizou o mundo 50 milhões de anos atrás.
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Todas as espécies vivas da Terra, tiveram um ancestral que sobreviveu ao Eoceno e ao Plioceno. A questão é se os homens, a flora e a fauna conseguem adaptar-se a essas rápidas mudanças. As mudanças que se vivem agora parecem ser as mais rápidas que aconteceram no planeta.
Durante o Eoceno, os continentes estavam mais próximos e as temperaturas globais ficaram em média 13 graus Celsius mais quentes do que são hoje. A extinção dos dinossauros tinha acontecido recentemente e os primeiros mamíferos, como baleias e cavalos ancestrais, estavam se espalhando pelo globo. No Ártico apareceram as florestas pantanosas como as encontradas hoje no sul dos EUA
No Plioceno, as Américas do Norte e do Sul uniram-se. O clima era árido, as pontes terrestres permitiam que os animais se espalhassem pelos continentes e os Himalaias se formassem. As temperaturas estavam entre 3,2 e 6,5 graus Fahrenheit (1,8 a 3,6 graus Celsius) mais quentes do que são hoje.
Para o estudo, Burke e Williams e restante equipa da Universidade de Bristol, Universidade de Columbia, Universidade de Leeds, Instituto Goddard de Estudos Espaciais da NASA e do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica, examinaram as semelhanças entre projeções climáticas futuras pelo Quinto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas e vários períodos da história geológica onde incluíam o início do Eoceno, o meio do Plioceno, o Último Interglacial (129 a 116 mil anos atrás), o Holoceno médio (há 6.000 anos), a era pré-industrial (antes de 1850) e o início do século XX.
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Usaram o Representative Concentration Pathway 8.5 (RCP8.5), que representa um cenário climático futuro no qual não calcularam as emissões de gases de efeito estufa, e o RCP4.5, um cenário em que reduzimos moderadamente as emissões de gases de efeito estufa e simulações climáticas usando três modelos diferentes mas bem estabelecidos: o Modelo Acoplado do Centro Hadley versão 3, o Instituto Goddard de Estudos Espaciais Modelo E2-R e o Modelo do Sistema Clima Comunitário.
Embora não sem falhas, cada um desses modelos representa os melhores dados disponíveis e técnicas de última geração.
Em ambos os cenários e em cada modelo, comparado com eras anteriores, o clima da Terra mais se assemelhava ao Plioceno médio até 2030 (sob RCP8.5) ou 2040 (sob RCP4.5). No cenário de paragem na emissões de gases de efeito estufa de RCP4.5, o clima então estabiliza em condições semelhantes às do Plioceno, mas com as emissões mais altas de gases de efeito estufa do RCP8.5, o clima continua a aquecer até começar se assemelhar ao Eoceno em 2100, alcançar condições similares ao Eoceno em 2150.
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Os modelos mostraram esses climas geológicos emergindo primeiro do centro dos continentes e expandindo-se para o exterior. As temperaturas aumentam, a precipitação aumenta, as calotas polares derretem e os climas tornam-se temperados perto dos polos.
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A Terra está caminhando para o desconhecido na vida de nossos filhos e netos. Por outro lado, a vida há muito provou ser resistente. Estamos a reduzir o dos combustíveis fósseis e procurando fontes de energia mais sustentáveis e livres de dióxido de carbono. Mas um longo caminho ainda há a percorrer concluiu.
Fonte//ScienceDaily
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